domingo, 1 de maio de 2011

Apneia

Eu me sinto agora como alguém que estivesse se afogando. Nesse exato momento eu sinto que fiquei submersa por algum tempo e esse tempo pareceu uma eternidade em que estive presa à pressão da água, que me oprimia por todos os lados possíveis querendo entrar em meus pulmões... me fazer sucumbir. Enquanto estive submersa parecia que eu tinha perdido a consciência, que eu havia perdido a energia pra lutar e me conformado com a força coerciva que me cercava. Estava presa e não tinha conhecimento disso. Até que uma onda quebrou na minha cabeça, me fez rodopiar, e sem aviso me lançou de volta a superfície. Então, de repente, eu respirei. Enchi meus pulmões de ar e por um momento tive a noção do que estava acontecendo comigo, eu pude avaliar o meu estado. Estava molhada, maltrapilha, desfalecida pelas forças do mar, pelas ideologias, pelo senso comum, pelas desilusões. Eu vi o quanto eu estava desgastada e ao olhar em volta, tive uma surpresa, vi varias outras pessoas se afogarem também, algumas poucas lutavam contras as ondas, uma grande maioria já estava há muito submersa, já tinham desistido há muito e isso eu podia dizer a julgar o quanto já tinham avançado na profundidade do oceano.  Bati os braços, eu queria saber como eu havia chegado até ali. Quando foi que eu parei de acreditar?... Ao passo que lembrava eu voltei a afundar...

3 comentários:

Maria Clara disse...

Ao mesmo tempo que ainda vislumbro as pessoas afogadas (ou quase) ao meu redor, as ondas me puxammmmm e querem me ver afogada também! Ai ai ai... vejo (e sinto) essa cena com meus próprios olhinhos!

Um beijo, amiga minha!

Priscila Peres disse...

Lindo o texto e de algum livro amiga?Me passa ?!beijinhos é lindo!!

Giselle Machado disse...

é meu, prih.. eu que escrevi^^